terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A SeráQ. Cia de dança inicia 2010 com os pés na estrada.


Contemplada no edital de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural em 2010, a companhia apresentará novamente no Rio de Janeiro o espetáculo que resultou do projeto que reuniu em sua ficha técnica Milton Nascimento, Lincoln Cheib, Gastão Villeroy, Bia Lessa, Pedro Pederneiras , Adyr Assumpção e Rui Moreira que assina a direção geral.
“Q´eu isse” é um espetáculo de dança fruto de investigação sobre as noções de identidade da população brasileira; em especial da população afro-descendente e ameríndia. A dança da SeráQ. neste espetáculo se expressa pelos gestos nascidos nos corpos dos dançarinos, que foram inspirados e confrontados pelos legados gestuais e estéticos de culturas africanas, de culturas indígenas brasileiras e na convergência delas. Momentos do cotidiano, festas, ritos sociais, religiosidade, tudo serviu como referencia.

Em seguida a companhia se apresenta nos dias 4 e 5 de fevereiro em Belo Horizonte no Verão Arte Contemporânea que está em sua quarta edição.
Imperdível!

Duração
55 min.
Classificação
Livre

Serviço

Teatro Nelson Rodrigues
Espetáculo – Q´eu isse
Data
28, 29, 30 e 31 de Janeiro 2010

Horário
Quinta, sexta e sábado 19h30 e domingo 19h
Sexta feira – sessão extra, gratuita para escolas e projetos sociais 15h

Local
Conjunto Cultural da Caixa
Av. Chile, 230 - Centro - Rio de Janeiro
Tel: (21) 2262-5483
Preço dos ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia).
396 lugares


Verão Arte Contemporânea - Belo Horizonte
Espetáculo – Q´eu isse
Data:
04 e 05 de fevereiro 2010

Horário:
Quinta e sexta às 21h

Local:
Teatro OI Futuro – Klauss Vianna
Avenida Afonso Pena, 4001- Mangabeiras
Fone: (31) 3229-3131
Preço dos ingressos: R$12,00 (inteira) e R$6,00 (meia).
329 lugares

Links www.veraoarte.com.br
www.seraque.com.br

Contatos – SeráQ. Companhia de Dança
Fone – 31 2535 2191
Fax – 31 3411 2179

sábado, 9 de janeiro de 2010

Um evento de vanguarda na dança negra e que é um evento de vanguarda na dança contemporânea


O Terreiro Contemporâneo de Dança – nas palavras de Gatto Larsen , produtor e dramaturgo da Barbot Teatro de Dança

Caro Rui:
É justamente no primeiro dia "comercial" do ano que consigo escrever para você.
Depois do evento de lançamento fui deixando passar por senti que não poderia enviar apenas umas palavras de parabéns pela realização. Logo, como é normal comigo as coisas foram atropelando o tempo e deixai para escrever no dia 30 de dezembro. Ledo engano meu. Uma gripe me derrubou e fiquei acamado até o dia 2 de janeiro. Lá se foram os planos de escrever de duas festas que marcariam nossa passagem de ano, da visita ao mar no dia 31 pela manhã, enfim, dos planos pensados e programados, mas como falava Pyer Gynn, talvez nossos planos não sejam completamente pensados.
Também é lógico que se nada do planejado aconteceu não fiquei na cama pensando "Ah!, como não tenho sorte", pelo contrário fiquei pensando no ano 2009 e as lições aprendidas ao longo do ano, nos erros cometidos e principalmente nas relações com parceiros e amigos.
Rui o evento realizado pela Cia SeráQuê? não tem paralelo com nada nem remotamente parecido na dança. Seja na dança negra (estou assumindo essa definição justamente a partir do Terreiro) seja na dança contemporânea como um todo.
O Terreiro esteve despojado de egos e mesquinharias e foi justamente pela forma em que foi concebido e realizado.
“Vou ao terreiro por lá me encontro com meus iguais", resposta dada por um entrevistado por Pierre Verger numas das suas pesquisas.
Foi justamente essa frase esteve presente na minha mente naquele dois dias e que, acredito, deverá ser um dos pensamentos orientadores do Terreiro.
Pessoalmente sempre falei que deveríamos colocar os pontos sobre os "i" e eles foram sendo colocados naturalmente. Tenho certeza de quem é quem entre as pessoas que estávamos reunidas lá. Agora, mesmo que por setor geográfico conhecemos um pouco a cara da dança negra.
Um evento de vanguarda na dança negra e que é um evento de vanguarda na dança contemporânea. Um evento luxuoso. Houve uma integração total entre: Idéia - produção - realização. Uma produção realizada com pouca grana e que teve uma dignidade poucas vezes alcançada.
Espero que em breve nossa companhia possa realizar o Terreiro carioca começando efetivamente a questão "Rede".
O Terreiro provocou abalos na nossa estrutura física. O primeiro sinal importante foi a troca da sede.
Amanhã começamos o ano de volta na Lapa, o bairro que nos viu crescer e fortificar. Isso não significa o rompimento com aquela casa que você conheceu, mas uma modificação no relacionamento. Estamos residindo artisticamente no Instituto Palmares de Direitos Humanos - I.P.D.H, entidade parceira desde 1991. Lembra que fiquei interessado pela frase “Dans chez vouz"? Justamente foi a que marcou o início de tudo. Agora estamos dentro da nossa casa, com nossos iguais.

Valeu, Rui, Valeu!.

Gatto Larsen